terça-feira, 11 de agosto de 2015

Resenha: Heresia - S. J. Parris



Inglaterra, 1583: o país enfrenta um período conturbado, marcado por conspirações para derrubar a rainha Elizabeth, que é protestante. Muitos de seus súditos estão insatisfeitos com o governo e anseiam pelo retorno do país à religião católica. Em meio a esse clima de conflitos religiosos, o monge italiano Giordano Bruno chega a Londres, tentando escapar da Inquisição, que o acusou de heresia por sua crença num Universo heliocêntrico. Logo é recrutado pelo chefe do serviço de espionagem real e enviado a Oxford. Oficialmente, ele vai participar de um debate sobre as teorias de Copérnico, mas, em sigilo, deve se infiltrar na rede clandestina dos católicos e descobrir o que puder sobre um complô para derrubar a rainha. No entanto, quando um dos membros mais antigos de Oxford é brutalmente assassinado, a missão secreta do filósofo é desviada de seu curso. Envolvido em uma rede de intrigas e traição, ele percebe que às vezes nem mesmo os mais sábios conseguem discernir a verdade da heresia. Alguns, no entanto, estão dispostos a matar para defender suas crenças.

Um suspense histórico. Bom, para começar não é um livro muito fácil de ler, confesso, mas é bem interessante. Você vai mergulhar em uma Inglaterra cheia de conspirações e acreditem onde ler era tarefa difícil. 
Vai aí uma pequeno resumo do livro pra vocês. 

O livro nos apresenta Giordano Bruno. Monge italiano acusado de heresia por ler alguns livros proibidos pela igreja e acreditar na teoria de que os planetas giram em torno do Sol (teoria essa que era considerada impossível naquela época e que, como pudemos ver com o desenvolvimento da astronomia, não estava tão errada assim). O italiano, resolve fugir, pois a condenação para quem era acusado de heresia na época era a a fogueira. E assim começa sua aventura pela Europa.

"... E então seria condenado à fogueira por heresia. Eu tinha 28 anos e não queria morrer. Não me restava alternativa senão fugir."

Após determinado tempo, o serviço de espionagem da rainha Elizabeth chama Giordano e pede que ele investigue uma possível conspiração contra ela. Essa é a deixa para nosso protagonista ir a Londres, mais precisamente à universidade de Oxford, e procurar também por um famoso livro que comprovaria as suas teorias "heréticas".
Porém, nem tudo é o que parece na universidade. Giordano não sabe em quem confiar e, ainda por cima, começa a se sentir atraído pela única moça existente no local. Mas o pior ainda está por vir: dois assassinatos brutais acontecem e, ao que tudo indica, parecem estar intimamente ligados. Isso
sem contar o fato de que os alunos mais ricos possuem muitos privilégios se comparados aos alunos mais pobres (muito insatisfeitos com essa situação, é claro) e que estudam em Oxford por meio de bolsas.

"Ainda me atrevo a esperar pelo dia em que as pessoas serão julgadas por seu caráter e suas realizações, não por seu sobrenome paterno."

A partir daí, Giordano Bruno começa a investigar as mortes e percebe que tudo é bem mais complexo. Sua vida estará em risco e a de seus novos "amigos" de Oxford também.

"Jogar politicamente com a vida alheia era parte do caminho para a promoção social, mas essa, como eu estava começando a compreender, era a verdadeira heresia."

 Serão três livros, mas a Editora Arqueiro não tem previsão para os próximos.

O final é bom, pois é bem intrigante, não acaba na mesmice dos outros livros e fecha com chave de ouro essa obra de S. J. Parris.

Preciso enfatizar também os personagens Sir Philip Sidney e Jerome, pois ambos deram um toque genuíno e até mesmo sarcástico ao livro em determinados momentos.

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